Por Sergio Guerra, CEO da SG Aprendizagem.

Pode parecer estranho, mas essa é uma boa pergunta:  você compra suas roupas com a etiqueta “Tamanho Único”?

Você acha que tamanho único serve para todas as pessoas?

Hoje moro em Boituva, se você pensou em balões e paraquedas acertou. É essa cidade mesmo. Ah… este foi um dos efeitos da pandemia para alguns que, como eu, repensou sua forma de viver. Mudei para o interior de São Paulo, mas não é sobre Boituva que quero falar.

Quando chegamos aqui, paulistanos em isolamento social que já tinham se acostumado com sites de entrega – Ifood, Rappi e outros, conhecemos em Boituva o aiqfome. Isso mesmo aiqfome, nome excelente no meu entendimento, gênio, mas o que quero de fato trazer para a discussão, é o que descobri no aiqfome que se conecta com a etiqueta que vem em todas as roupas.

Aqui gente, é possível pedir sua refeição em muitos lugares, por tamanho. P, M ou G, isso mesmo, além de você escolher o prato que quer comprar e acompanhamentos, como de costume, você ainda escolhe o tamanho de acordo com a sua fome. Achei genial, muito interessante e fiquei refletindo que de fato há uma preocupação com o cliente ao compreender que nem toda fome tem o mesmo tamanho.

Bom voltando a nossa reflexão inicial, sobre o tamanho único, o mesmo acontece com as nossas roupas. Somos únicos e inúmeras vezes o convencional “P, M ou G” não nos atende. Pode ser que o ombro fique um pouco fora de posição ou apesar de aparentemente servir ao nosso biotipo pode ser que a gente não se sinta bem usando uma determinada peça. Tamanho único? Nem pensar.

Se este texto está fazendo sentido para você, não te parece absurdo que um mesmo conteúdo de treinamento seja oferecido a diversos públicos, independente do contexto de cada um e de como cada um irá aplicar este conhecimento em sua rotina de trabalho?

Assim como é desafiador sairmos da modelagem “P, M ou G” e entrarmos na era Body Scanner que representa a possibilidade de identificar diferentes grupos corporais e padronizar tabelas de medidas e modelagens, personalizar a aprendizagem é um processo que não acontece da noite para o dia. Ainda assim não podemos deixar essa discussão para o futuro.

É preciso colocar quem aprende no centro do processo de aprendizagem e enfrentar os desafios da personalização que implica na necessidade de nós mesmo precisarmos aprender sempre mais sobre aprendizagem, tecnologia, contexto, pessoas…Já viu onde isso vai dar né?

Somos lifelong learners e a aprendizagem precisa se tornar um hábito em nossas vidas. Quanto mais nos aprofundamos mais descobrimos que ainda há muito o que aprender e sempre fica aquela sensação de que não viveremos para aprender tudo o que gostaríamos. Se isso é um fato, priorizar a aprendizagem é fundamental para que sejamos efetivos e coerentes conosco.

E para fechar este tema tão recheado de moda, aplicativos de delivery de comida, aprendizagem e personalização. Deixo uma pergunta: Você compraria um traje social para uma ocasião especial, na véspera, sem possiblidade de troca e por meio de um aplicativo de delivery de comida? Acredito que não, mas tem gente que anda comprando desta forma.