[Podcast] Carta do Edson para Flora sobre ser leitor

[Podcast] Carta do Edson para Flora sobre ser leitor

publicado em 22/12/2020 às 17:33

Flora, participar do podcast “Onde quiser” foi muito bom e trouxe várias lembranças de nossa história como leitor. Fico contente em saber Flora, que o seu 1º livro, “Botãozinho de Rosa”, ofertado pela sua mãe, foi a centelha para o mundo da leitura.

Na minha casa, na infância, não havia livros. Só tínhamos a Bíblia, que ficava na cabeceira da cama de meus pais e um surrado dicionário, pouco frequentado.

Recebíamos, de assinatura, 2 revistinhas católicas, “Família Cristã” e “Anais Franciscanos”. Não eram lá essas coisas, mas eu as aguardava com alguma ansiedade.

Aprendi a gostar de ler gibis aos 9 anos, mas nunca pude tê-los em casa. Meu pai não os aprovava e eu me esbaldava em lê-los em casa de um amigo e de um tio querido.

Hoje, os gibis, acho que tem outro nome, histórias em quadrinhos, “HQ” mas não são mais os mesmos do meu tempo de “Fantasma”, Rocky Lane, Cavaleiro Negro, Mandrake. Quem os leria hoje? Eram tão inocentes, mas vinham com a advertência na passa: “proibidos para menores de 13 anos”.

Muitos leitores hoje, e até escritores passaram por essas saudosas leituras. 

Tenho 2 boas lembranças de livro e leitura, do 4º ano do curso primário. Uma delas, é que ganhei o meu primeiro livro, “Robin Hood” (não lembro o autor) da professora Dona Leonor, que nas aulas ela promovia a leitura da cartilha, que não lembro o nome, mas me lembro de alguns textos. E era ótimo essas leituras, porque tinha um garoto, Claudio, e ela pedia para uns 6 lerem, mas o Claudio tinha boa voz, um ritmo e entonação bom de ouvir. Ficava torcendo para a Dona Leonor dizer todo dia – “Leia, Claudio”.

No ginásio, sou deste tempo, tive um grande incentivador de leitura: um professor de português, criticado por não dar aula de gramática. Não aprendi a fazer análise sintática e minha escrita confirma isso. Não importava na ocasião. A gramática podia esperar. Por outro lado, professor Deléo, descortinou para nós o mundo dos livros, teatro e leitura de jornais. 

Tive a sorte também de ter um tio que comprava livros e era o meu fornecedor de autores como Morris West, Grahan Greene, Campos de Carvalho, Kafka, Jorge Amado, Machado de Assis, Monteiro Lobato, Guimarães Rosa e tantos outros. E o mais importante na minha formação de leitor foi ter a biblioteca municipal, acolhedora e com acervo de livros muito bons.

Hoje, contando esses fatos passados, ser um leitor não foi uma obrigação, uma imposição. Foi um prazer. E ainda é, felizmente.

Não sou um leitor voraz. Isso já é até um clichê. Leio no meu tempo, sem pressa, e tenho uma pilha de livros na estante e cabeceira que ainda não li. Estão me esperando. Continuo comprando livros e não ei quem ficará com eles depois que eu for para a última morada, quando a indesejada da gente chegar. Enquanto isso, vou abrindo meus livros e me surpreendendo sempre.

Obrigado,
Edson Luiz Andrade, dermatologista e um apaixonado pelo mundo dos livros

Texto escrito por Edson Luiz Andrade, dermatologista e um apaixonado pelo mundo dos livros

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